O relatório sobre aquecimento global lançado pelo IPCC no dia 2 desse mês passou a ser assunto pelo mundo inteiro. Esse é resultado de pesquisas de 2500 cientistas e só o que foi consenso entrou nas páginas sombrias do relatório. O enfoque maior dado durante as discussões e no relatório foi o aquecimento global, principalmente as inundações das diversas ilhas oceânicas e cidades costeiras ao redor do mundo. A principal conclusão que se chegou foi que é a ação humana que está causando tantos impactos em seu meio físico.
Outras conclusões que se chegaram foram que teremos no futuro mais dias quentes e menos dias frios, com mais de 99% de certeza (ou seja, iremos com certeza ter esse fenômeno). As tempestades fortes se tornarão mais comuns, com mais de 90% de certeza. As áreas de seca devem se expandir e os ciclones devem ficar mais intensos, ambos com mais de 66% de certeza.
Falou-se ainda no aumento do nível dos mares entre 20 e 60 centímetros. Porém, alguns acham que apenas centímetros acima é muito otimismo. Segundo estes, os dados não levam em conta o degelo de áreas grandes (Antártica e Groenlândia). Por ser recente, não se sabe muito ainda sobre os efeitos que o derretimento dessas áreas terá para o planeta. Muitos, porém, pensam que este será apenas temporário e não causará grandes transtornos.
Porém, se os níveis de degelo continuarem como estão, o nível do mar pode subir quase 90 centímetros nos próximos 25 anos. Se isso ocorrer, a Indonésia, por exemplo, pode perder mais de duas mil de suas pequenas ilhas e espécies que são endêmicas dos pólos e de regiões mais frias podem estar confinadas a extinção.
Foram-se discutidas ainda conseqüências mais dramáticas de um futuro mais distante. Segundo o IPCC, o aquecimento global fará milhões de pessoas passarem fome por volta de 2080 e causará grave falta de água na China, na Austrália e em partes da Europa e Estados Unidos. Até o final do século, as alterações climáticas farão a escassez de água afetar entre 1,1 e 3,2 bilhões de pessoas, com um aumento médio de temperatura na ordem de 2 a 3 graus Celsius. Países pobres seriam os mais afetados por serem os menos capazes de lidar com as alterações climáticas.
Ainda é difícil prever como será a formação de nuvens num clima mais quente. Alguns dizem que o ar mais quente consegue absorver mais umidade, o que significaria um maior número de nuvens e, consequentemente, mais chuva e neve em muitas regiões. Outros, porém, pensam que as nuvens podem se multiplicar no céu, sem causar precipitações, bloqueando a luz do sol. Até agora, as conclusões foram que o aumento da quantidade de vapor de água na atmosfera trará mais chuva e neve caindo sobre regiões próximas aos pólos, como norte da Europa, Canadá, nordeste dos EUA e Ártico.
A União Européia pressiona cada vez mais as petrolíferas a combater o aquecimento global. Não apenas ela, mas também músicos, artistas e poetas uniram-se para conscientizar a população e salvar o planeta das catástrofes climáticas.
O aquecimento global deve trazer grandes catástrofes para esse século. Somado a ele, está a escassez de água potável, que também já afeta diversas populações por todo o mundo. Não é a toa que ambientalistas franceses puseram um grande banner na torre Eifel para alertar a população que da seriedade do problema, mas que ainda é possível se fazer algo. Sabe-se que se reduzirmos as emissões de gases do efeito estufa até 2017, será possível diminuir a magnitude dos impactos. Espera-se realmente que medidas eficazes sejam tomadas para melhoria de nosso planeta.